Erupção!

E jorro, e jorro! Jorro!
Jorro e grito: Poesia!
e grito baixo por medo de soltar a voz
e me escondo se me pedes que me interprete
pois não sou eu a atriz
sou personagem crua e sem pele
que sente as dores do existir
Jorrando! Não me contendo e tendo em mim
tudo que nem no mundo inteiro cabe
mas que se comporta no imaginário
e nas reticências de um corpOração.
Não preciso me reler...
na verdade nem consigo
só me cabe cuspir palavras ensalivadas
com todos os trocadilhos baixos que as licenças poéticas concebem
Dói meu braço, mão e dedos
dói mais prender em mim toda ebulição da poesia
da mente agindo por si
vendo naquilo que é - caderno...
aquilo que deve ser - arte!
Dói até que não possa escrever
mas eu penso! eu cheiro! me escuto e grito calada!
Arte!
Porque nela me refaço a cada linha
e toco e comovo e faço sonhar
como se em braços amorosos dormisse...
entre fagulhas e faíscas e agulhas no palheiro!

Comentários

Sagatibando disse…
Mais uma vez...gostei muito!

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