Como belo, se manco? Porque manco, se belo?

Deixou-me tão desanimada que até minha vontade de escrever levaste. Toda a boa inspiração que me trazias, para onde carregaste? Onde está a saudade anunciada se estou aqui e não vens? Onde ela se esconde quando somes, não me procuras, nem sequer me atendes?
E para desentristecer? Como se faz? Tu vens, te desculpas, me dás três ou quatro horas de um dia teu e não nosso, vais novamente e nunca sabe-se o que esperar da tua ausência além de saudade. E depois de alguma espera construo algo além de tua falta em mim, a ausência de expectativa de ter-te de fato, ter-te algum dia.
Cada vez que somes, faltas, furas e mancas, levas contigo inexoravelmente parte de meu desejo. Completamente indevolvível. Tu, por querer e por não querer, minas aquilo que nem chegou a ser por só ser em parte. Até então a parte que só lamenta em mim e já não espera de ti, embora não desvencilhe-me ainda dos relógios ao meu redor.

Comentários

Unknown disse…
Massa as poesias boy, mande ver mesmo !

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