Para aquilo que reflete

A sinceridade nos torna ridículas. A cada letra, palavra, mensagem ou pensamento, arrependo-me do anterior. Em sua completa sinceridade, as palavras tornaram-se caricatas, bizarras e, junto com elas, a quase vítima de si mesmo que as disse. Tornam-se assim as situações de comunicação que são criadas mas que não se completam. Desculpo-me a quem interessar por tanta verdade desinteressante. Agora acompanha-me um sorriso de quem se vê se sentindo redundantemente ridícula e ri achando a vida cômica, sem acreditar que conseguiu até que enfim um momento de liberdade. Sou agora alguém que conseguiu transcender por longos 15 minutos. E como é leve esse momento!
Logo depois, senti-me ridícula. Nada é perfeito. Neste momento burlesco peço-te que não ouças o que disse, não recordes o que escrevi, não angustie-se junto comigo. Por favor, queime todas as cartas e apague os emails. Nossas questões são vãs e para sermos menos ridículos temos que estar além, transcender. Meus desejos, os mais intensos, são esses os mais pueris e ordinários. E agora, em um breve lapso de realidade, ainda peço que não sejas ridículo junto comigo. Dê-me uns bons solavancos para que retorne para meus pés meu juízo que, desordenadamente quis passear pela minha cabeça.

Comentários

César disse…
Por isso que parei de escrever. Quando aprender a mentir, volto.

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