Carta para minha velha
Me
conte minha velha se você ainda é mal falada
Por
carregar o vento das minhas loucuras
Você
sorri sagaz e enrugada
Montada
em um elefante azul
Com
seus peitos adornados em diamantes crus
No
meio da tarde toma chá com o silêncio
E espera que ele
fale antes de você?
Vejo seu
gigante cabelo armado
Ainda
empoeirado dos ventos do sul
Sem rigor sem
embaraçado algum
O seu jardim
é como eu esperava
Quando era
moça e queria envelhecer?
Sua cadeira
no meio balançando sua figura magra
Vaidosas
flores cristalizadas e bichos raros
Não tanto
quanto somos eu e você
Pois minha
velha, me acolha
Me escolha
Me deixe
aparecer
Conte aos
netos de meu filho
As aventuras
impuras que ainda tenho por cometer
Mamba Negra
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