Já era hora de sofrer

Pedra lancinante me pressiona hoje
sobre o chão sujo dessa rua escura
que não me leva a lugar algum.
Inquietude pungente assevera-se sobre mim
não-lugar onde agora sou.
Você, lampejo de desejo e desilusão,
segue lamuriento na tua vida quebra-cabeças tua,
tão nobre quanto plangente.
Tão ágil quanto dormente.
Eu, pote de imprecisões,
lençol pendurado no vento,
nem espero nem permaneço.
Eu, cacho de confusões,
não acredito tanto no alento.
Eu, querendo tanto agora
já não mais tento.
Eu, quixotesca e compassiva,
desapontada, lamento.

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