Declarações de uma alma incontida

Vivo em um universo paralelo onde sonho e sinto mais do que sou real. Não se trata de um universo fantasioso, mas desejoso, pois sei que o lugar onde agora estou não mais me contém.
Sigo dias de planos e projeções que impulsionam meu presente, me dão energia para seguir garimpando pedaços de desejos, cotidianamente alcançados. Há angústia nesse processo por ser ele lento, demasiadamente até, se comparado à velocidade dos anseios. Como sempre, pouco comedidos.
Se tenho parte do que quero essa parte sou eu mesma na paz já encontrada, no olhar já focado. O que não tenho é o que me apetece e por vezes sinto como se já me tivesse. Tantas laudas escritas que teimam em não virar artigo, tanto amor que demora em virar romance, tantas flores que, já unidas, não se decidem em jardim.
E assim o tempo passa. Passam dias e noites, meses e anos, tão ligeiros quanto os segundos dos relógios. E os segundos, na espera dinâmica e apaixonada, cada um, são eras, de sonhos e sentimentos esculpidos no peito-relógio, contagem regressiva para tudo isso ser meu devaneio em vida real.

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