A paisagem do caos

Por onde quer que eu olhe ao redor vejo a total desordem. Os objetos estão dispostos a qualquer maneira, copo sobre této sobre chão sobre subsolo sobre mim sobre rede sobre tantas 500 páginas de livros. Uma música tranquila tenta entrar pela brecha da porta vindo das organizadas casas ao lado mas não há lógica que as permita aqui. Nuvens de fumaça pairam sobre minha cabeça. Porque será? O cheiro do tempo é bem característico. Tem tons misturados de tudo um pouco, e de nada, formando uma bastante completa paisagem do caos. Nas paredes daqui tem retratos de lembranças de quando saí por esses dias a ver o mundo e o estranhei achando seus personagens ordinários e chichês. Aqui de dentro a vida se adensa mas não se expande. Nem verde nem azul, nossas cores são emadeiradas e terrosas. Quantas contradições... Aqui dentro há sempre uma vibração, um barulho insistente, um descontrole nos dedos das mãos e uma paralisia no resto do corpo exterior. Nem mesmo os olhos brilham. Aqui as vezes somos como aqueles persongens animados que são apenas um cérebro sentados em uma poltrona com um cigarro no canto da boca. O cérebro executa a função das pernas, dos braços, dos pulmões, dos rins, de tudo. É um grande descompensamento a vivência desses dias.

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