O homem por trás do homem


Vi um homem escondido atrás dele mesmo.
Apetrechado de discrição, me olhou as mãos.
Disse qualquer coisa natural e tinha olhos castanhais,
de terminação apertada.
Não lhe vi as cores.
Não lhe senti o cheiro à flor que largou-me pelo caminho.
Pela sua brecha, entravam desenhos.
Aumentava todas as escalas e via belezas infinitas em pedaços de papel,
dobrados e riscados, em traços mal-feitos e baratos.
Acho que era um homem aquilo escondido atrás daquele homem.
Não pude ver bem.
As coisas que lhe escapavam tinham o apertado das extremidades dos seus olhos.

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