Para você, cara leoa.
Mais uma carta calada como há tempos não chegava
nem uma linha, nem pombo correio
nem ele sem um cheiro alheio
O sol em leão, eu em leoa amando em vão
Eu em leoa quer dizer que não?
Eu em leoa mordo, assopro, bato
Eu em leoa tenho razão?
Meu coração, não adianta esperar proteção
E intensidade
A cidade está situada
Eu presa leoa
Ele liberdade
Era bom se fosse verdade
"A porta da verdade estava aberta
Mas só deixava passar meia pessoa de cada vez"
Ele não passou
Não coube no fundo da agulha
Nem no fundo do poço
Nem no fundo do mar
Nem vai caber no teu olhar
tão gigantesco mar aberto
Cara leoa
A realidade não perdoa
Os sonhos pequenos e de grande valia
Como o colo e o cafuné
A mão na coxa
No banco do carro
No banco da espera
No banquinho de dois lugares
Os não bares
Os olhares
Tantos lares
Cara leoa, você se lê mulher
Livre em uma savana?
Você sente o vento e fareja o perigo
Como os sinais te mandam?
Cara leoa, você sabe ler os olhos de um homem que não te ama?
Quem já foi amada raramente se engana.
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