Refúgio

E o caderno agora é o meu jeito de estar só e não explodir. Mesmo na vontade de ser a minha flor minha, pequena, agora tenho que ser pétalas soltas, avoadas, buscando reorganização de rosa para flor do campo, quem sabe margarida, com novo perfume, novas abelhas, novas borboletas. Será que cabe tanto num caderno?
Sou agora o aborto de mim mesma. Sou porque quero ser! O aborto dos recalques até agora cultivados pelo apego indevido ou sobreviventes a anos de silêncio. Quero abortar todo durkheimeano suicídio negativo que em mim houver!
Quero abortar também a incerteza de pensar... "será que consigo aguentar a dor de reverter um fluxo tanto natural como social, inseparável, e que me faz?!"...(serei eu re-fazida!!)
E, no fim das contas, o que tem o caderno com isso?

Comentários

Postagens mais visitadas