O amor é o que o amor faz

Venho saudando o tempo esperando ter um dia a honra de saber fazer boas escolhas, e achar caminho largo que nelas me acolham. Me refaço e revisito cenas, ser franco mentindo para si, buscando a resposta em perguntas conduzidas, preparando o caminho do próprio tropeço. O que cabe sobretudo a mim, mas que te ofereço. Amando, carente de zelo. Mães, avós, filhos, amores geracionais, são imagens de apego, pareciam o começo de um sossego, de camadas mais profundas de aconchego.
Venho saudando o tempo para que ele me espere em algum lugar que tenha sombra e tempo fresco, água fria para tomar e uma rede para descansar. Que o tempo se deite comigo e me emprenhe de paciência, que me pegue com o desejo de quem sempre careceu de amor, e bote no colo minha agonia recém parida, concebida numa beira de um Rio onde a água costumava ser bem servida.
Eu era da água doce, mas construí uma palafita para viver com meu bem na superfície. Foi ali que minha pele rachou.
Saúdo o tempo esfriando todas as ruas que vi contigo, pois água de quartinha sabe bem onde jaz. E como eu disse em quarto fechado, no oratório alimentado, o amor é o que o amor faz.

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