AfroAmor

Fecha a porta do banheiro pra poder chorar
Faz poesia no chuveiro pra alma lavar
Ansiedade, tá sozinha
Quer explodir
Mas vai calar e começar tudo outra vez
Todo dia como tem que ser
Lembra do preto, mas
E aí? Tem que resolver
Não anda pra trás
Guarda o amor que ninguém pode ver
Não te espero mais
Quem aqui tem quinze anos
Nessa selva é difícil
Dizer te amo
...dizer te amo
Guarda tudo numa cela bem no coração
Se razão sem perdão
Limpa a cara olha o espelho
Disfarça a fala
Segue em frente
Não cola deixa respirar
Mas não mente
Se quer saber é pra se entregar
Vem me buscar me leva pro rolê
Me leva pra dançar
Me dá um beijo meu preto
Quero ser o seu par
...Quero ser o seu par
Mas a vida não me solta nem a você
Tem alguma distância no seu proceder
Olhar calado, toca o berimbau
Não me importo vem tocar
Bem aqui no meu quintal
Não faz mal, tá legal
Um café, um 'xêro', um chamego, coisa e tal
É só que eu penso que amar é tão normal
É tão normal
Mas esse lugar é fatal, é letal
Pra tua vida tão plural
Não é vital
O que eu sinto visceral
De quando me morde, me beija, me cheira
Me deixa à beira do grito
E eu nem acredito
Que isso é possível
...Que isso é possível
Mas quando sai não me deixa mais
Do que o desejo de viver um amor fulgaz
O lugar minimalista de saber com ocultamento
E não poder andar por dentro
Cultivando flores que não podem se abrir
Eu faço poesias
Você não consegue ouvir
A minha carne treme
Você não pode sentir

Sté Campos

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