Rainha do Mar

Eu falo, falo. Você me olha e cala. Eu sou tão ventania, você sequer tem brechas por onde o vento possa passar. Ouço um ecoar vazio que me acompanha as palavras no sono eterno do teu peito.
Se te olho nos olhos, tuas janelas se fecham. Fico me esgueirando, tentando ver ao menos o quintal por cima do teu muro. Prenda teus cachorros meu amor. Eles rasgaram a minha primeira saia, embora minha fortaleza se vista em Sete.
Se me vês, não tens olhos nem boca. Se te escrevo não sabes ler. Homem-ilha, náufrago. Tens tantas sereias que nao te amam e ignoras a Rainha do Mar.

Mamba Negra

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