Quando não consigo me concentrar por causa da tristeza

Até consigo sentir o calor do dia incomodando levemente minha pele, mas a sensação que me toma se assemelha a um frio por dentro do corpo, no mesmo lugar onde parece ter passado uma escavadeira e arrancado tudo que antes vivia, e agora o vento que entra na casa faz um eco dentro de mim quando roda e roda sem fim e sem retorno no vazio que me preenche. Uma saudade teimosa insiste em me fazer olhar para o telefone mesmo sabendo ser burra e vã essa opção, mesmo sabendo que se telefonar não serei atendida, ou serei recebida com tons monossílabos acinzalhados e frios. E sei que falta faz, mas na presença, não havia preenchimento. Tristeza insistente e infeliz me incomoda profundamente nesse dia mórbido e não permite que eu me deleite nos prazeres inigualáveis da leitura obrigatória. A cada parágrafo que leio, escrevo um poema inteiro em pensamentos soltos e misturo antropologia e languidez... faço uma antropologia da tristeza, uma auto-análise de minha condição psicológica a-lógica. Não resolvo nada. Volto a sentar-me diante de Wolf e tento entender o que ele tem a me dizer, mas ele insiste em falar... volta... vai... se resolve... se resolve... e de sociedade? Não muita coisa.

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