A Padilha que era homi


Um dia encontrei uma rabeca mágica na feira do Pirangi
Eu levava caju, quiabo e farinha de tapioca
Nada mais na minha rota de domingo pela manhã
E suave suava no ouvir apurado pelo caldo de cana
Uma rabeca emaranhada no beco do imbu
Entrava no meu juízo feito no buraco o tatu
E eu pensava que cheiro era aquele
Que entrava pelos ouvidos
Menina que me virei, na curva do cheiro verde
Um Padilha tocava sua rabeca merminho nós pés da gente
Numa esquina de barraca de feira
Eu olhei pra minha cumadre e disse eita!
Que a feira hoje tá é muito fina!
Tem magia arrabecada
Ali mesmo na esquina
E avalie vocês a grande satisfação
Deixamos ali o troco da feira
Como quem deixa uma botija de ouro
Pra pagar quem sabe um dia
Metade do tesouro
Dos cinco minutos de cantado do domingo no fim de feira.

Daqui das brecha do Potengi, agreste negra se alembra dos domingos de feira, chei de gente no Pirangi.

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